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Ásana, pránáyáma e samyama: Um caminho para o autoconhecimento

Hoje em dia a maioria das pessoas conhece o yoga mesmo sem praticar. Todos temos um familiar, um amigo ou colega que pratica ou já praticou yoga.

A maioria das pessoas associa o yoga às posturas, chamadas de ásanas, ou ao relaxamento, o yoganidrá. É também muito associado à respiração, o pránáyáma, e em alguns casos à meditação conhecida como dhyána (meditação e yoga são sinónimos, embora hoje em dia ouçamos muito falar em yoga e meditação como algo separado).

O ásana, o pránáyáma, o yoganidrá e a meditação são apenas as técnicas utilizadas no yoga.


O yoga vai muito além da técnica. A técnica é um meio para nos ajudar a alcançar o estado de samádhi, hiperconsciência ou consciência plena, que devemos transportar para a nossa vida e utilizar em tudo o que fazemos.

O yoga começa quando saímos da sala de prática.



A primeira sistematização do yoga foi feita por Pátañjali no livro Yoga Sutra. Conseguiu que o yoga fosse aceite no hinduísmo como um dárshana, uma maneira de compreender ou ver o hinduísmo. Este livro serve de base para todos os que querem saber ou compreender um pouco mais sobre yoga. Inspirou e influenciou todas as modalidades de yoga.


O Yoga Sutra é dividido em 4 partes, capítulos ou padas.

No primeiro capitulo Pátañjali define o yoga "Yoga chitta vritti nirodhah" (Yoga sutra I.2): Yoga é a redução do fluxo de pensamentos. Descreve o estado de samádhi, os obstáculos (kleshas) que nos impedem de o alcançar e as formas como adquirimos o conhecimento; este capitulo é o Samádhi Pada.


No segundo capitulo, Sadhána Pada, ele vai explicar a forma de alcançar o samádhi e descreve o Ashtánga Yoga, a prática em oito etapas (oito partes) ou oito membros (segudo Mark Singleton, no seu livro History of modern yoga).


Nesta prática Pátañjali utiliza entre outras técnicas, o ásana (posição ou postura), o pránáyáma (respiração) e o samyama (concentração, meditação e hiperconsciência realizados juntos).

No terceiro capitulo vai descrever todos os poderes, siddhis, que o yoga proporciona e como alcançá-los. Algo interessante é que Pátañjali critica esses poderes.

No quarto capitulo que foi adicionado mais tarde, fala da libertação, Kaivalya.

Neste período histórico (séc. III a.c.) os ásanas são apenas posturas sentadas, e o pránáyáma é o domínio/controle da respiração. Precisamos esperar até ao séc. XV no Hatha Yoga Pradipika do Yogi Svatmarama (discipulo de Gorakhnath), para encontrarmos descrição de ásanas (posturas) e de pránáyámas (técnicas de respiração) que vão influenciar o yoga e a forma como o conhecemos.



Uma curiosidade: o Hatha Yoga foi desenvolvido/criado por Matsyendranatha, que afirma que recebeu esse conhecimento diretamente de Shiva, e escreveu esses ensinamentos no livro Hatha Yoga, fundando a tradição Natha Sampradaya.

O Hatha Yoga Pradipika seria a reescritura do livro de Matsyendranatha (Hatha Yoga) de memória.

O Yoga Clássico valoriza mais o mental que o físico, todo o trabalho realizado é feito com base em tudo o que pode impedir a nossa consciência de alcançar a libertação do sofrimento.

Já o Yoga Medieval (Hatha Yoga) valoriza o corpo e vai utilizar o corpo como veículo ou meio de alcançar a libertação do sofrimento.


No Yoga Moderno há uma junção dos dois. Já todos ouvimos que o yoga trabalha o corpo e a mente, eu mesmo utilizei esta frase como slogan da minha escola há alguns anos atrás.


Todos continuam na busca de nos libertar do sofrimento, mesmo hoje o yoga procura livrar-nos do stress, dor nas costas, depressão... ou melhorar algo como a flexibilidade, qualidade de vida, etc.

O ásana tem foco no corpo (fisico), o pránáyáma na respiração (energia) e o samyama na consciência (mental).

Se este assunto lhe interessa participe no VIVA+YOGA 2022, nos dias 14 e 15 de maio, em Sesimbra.

Registe-se no site vivamaisyoga.com para se manter informado das novidades.


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